sexta-feira, dezembro 16

Por que tanta intolerância??

Proteção.


Oh Mestre da Vida,
Proteja seus filhos para que suas vidas sejam marcadas pela saúde.
Vós que é o limitador das enfermidades.
Vós é médico dos corpos terrenos e almas eternas.
Suplico sua misericórdia as males que teimam em nos afetar.
...
Que suas chagas abriguem nossas dores e sofrimentos.Concede- nos um corpo sadio e alma serena.
Mestre da Cura, amenize nossos sofrimentos.

Atotô.

quarta-feira, dezembro 14

quarta-feira, dezembro 7

Os Orixás e o Amor

Amor: Palavra que permeia o imaginário humano sendo sempre muito difícil ilustrá-lo ou atribuir uma definição concreta. O Amor esta atrelado ao respeito, cumplicidade, lealdade, verdades, amizade e solidariedade. Está para além do “Eu Te Amo”, falados a todo instante. Amar é querer fazer o outro feliz e ser feliz em seqüência. É amar tanto a qualidade que se aceita por extensão os defeitos, afinal, ninguém é perfeito, e pessoas idealizadas viram frustrações futuras


Vou lhes contar uma história a mim relatada a um certo tempo ...

Ela ocorreu numa noite escura e assustadora, daquelas que nos dá arrepios pelos do corpo. De fato o Sol havia se escondido nesse dia, e a Lua, muito tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das "guerras", saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu–se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram–se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso. Yemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe "coruja" quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração. — Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? — ralhou Yemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.— Desculpe, sabe, ando meio ocupado. — Respondeu um triste Ogum.— Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste. — É, vim até aqui para "desabafar" com você "mãezinha". Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a "Espada da Lei", que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das "supostas" demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles... Estou cansado...Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos humanos. Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos do Axé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida. Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não via nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não viam em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna. Não! Infelizmente ele era entendido como o "Orixá da Guerra", um homem impiedoso que utiliza–se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizarem "quebras e cortes" de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna–se uma guerra de vaidade, um show "pirotécnico" de forças ocultas. Muita "espada", muito "tridente", muitas "armas", pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual. Isso magoava Ogum. Como magoava: — Ah, filhos de Axé, por que vocês esquecem que o Axé é pura força e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando-a em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição... Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Yemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado...

Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Xapanã apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava–se por sua alfanje da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens. Ele também deixou sua alfange aos pés de Yemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo se via o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que se irradia de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que se perderam na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem-se disso... Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Yemanjá suas armas e ferramentas simbólicas. Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos filhos de santo. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Um a um, todos foram se despindo e pensando quanto os filhos de Axé compreendiam erroneamente os Orixás. Yemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente.
Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada. Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente se apresentam. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor! E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Yemanjá. Despiram–se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Inúmeros eram os absurdos cometidos por humanos em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio filho de santo ajudou a criar, dentro da sociedade, associando–o a figura do Diabo:—Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! — Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá. Yemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:— Espere! Pensou Yemanjá! — Oxalá, Oxalá, não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação. E logo Yemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou-se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu-se de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun: —Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por um Axé sério, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de "apenas" prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras "bases de luz" na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam-nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de Axé, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem o Axé de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir...

Quando Oxalá se calou os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros iriam se juntar nesse ideal. E aquilo os alegrou tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade.

Em Aruanda, os caboclos, pretos velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também se despiram e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.

Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Axé, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem–aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam-se. O alto os abençoava...

Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.

Milhares de espíritos foram retirados do baixo–astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente. Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou–se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.

Vocês, filhos de Axé, pensem bem! Não transformem O Candomblé em geral em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como "armas" para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos se esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Candomblé é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem–se disso.

E quanto a todos aqueles, que lutam por um Candomblé serio, esclarecido e verdadeiro, independente da linha seguida, lembrem–se das palavras de Oxalá ditas linhas acima. Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não têm olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade. Lembrem–se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança.
Dedico esse escrito a todos que lutam pelo Candomblé nessa Terra de Orixás.
 Honrem a Eles.
 Sejam LUZ, assim como Eles São!
Defendam suas Raízes.
Mostre sua África todos os dias.
 Axé pra quem é de Axé !

quarta-feira, novembro 30

Escurecendo as coisas...


Tais imagens te fazem lembrar algo?



Quem de passagem pelas ruas de Salvador nunca viu esses “colares”sendo comercializados?
Você achou bonito? Será que é apenas colares? O que será isso?
Vamos ver o que está por trás destes colares...


Contas de Orixás: As Contas dos Orixás ou Guia, é um colar de miçangas confeccionado obedecendo padrões religiosos, como banho de determinadas ervas e escala hierárquica dentro da religião do candomblé. As cores das contas de Orixás variam conforme a cor determinante de cada Orixá. Sua função é basicamente de proteção.
Fio-de-contas são colares normalmente feitos de miçangas coloridas de acordo com o Orixá, Inkice, Vodun, cada fio-de-conta tem um significado, através do fio-de-conta é que se pode saber o grau de iniciação de uma pessoa do candomblé, e a que nação pertence.



Li certa feita num blog de uma “iniciada” a cerca da sua conta:

“Uma leitora acessou meu novo blog, viu minha foto nele e perguntou o que representava o “colar de contas azuis no meu pescoço”.
Ela queria saber se era apenas um ornamento ou havia outro significado.
Resolvi responder publicamente porque, na semana passada, uma outra leitora fez pergunta parecida: queria saber o que significava exatamente ser “filho de Oxóssi”, que é como me apresento.
 Escreveu: “Faço alguma idéia do que seja ser filho de santo: é alguém que segue o Candomblé, certo? Mas não sei qual a diferença (se é que existe) entre ser filho de Oxóssi, filho de Ogum, filho de Iemanjá etc. São nomes diferentes para definir a mesma coisa?”, pergunta.
Acho que outras pessoas podem ter a mesma dúvida, já que muito pouco se fala sobre o Candomblé. Trata-se de uma religião historicamente perseguida e ainda cercada de preconceitos, o que gera tantas reticências. Considero que não falar a respeito seja um erro repetido pelos seguidores do Candomblé. Se originalmente a religião dos Orixás era exclusiva das populações marginalizadas, hoje é praticada por gente de todas as classes sociais. Mas, como a Classe Média não admite que freqüenta o Candomblé (muitos adeptos têm a idéia de que a revelação pública poderia prejudicar suas carreiras profissionais), o tema permanece envolto em mistério, como se o Candomblé fosse uma seita fechada e não uma religião aberta.
(Cá entre nós: É claro que certos procedimentos litúrgicos não podem ser revelados, pois só são transmitidos aos iniciados. Mas há que se falar com orgulho do Orixá, ou continuaremos sendo perseguidos em pleno século XXI – as novas igrejas evangélicas estão aí e não me deixam mentir).
.
Começo pela segunda pergunta: a leitora acertou somente quando disse que somos todos filhos-de-santo. Mas não somos todos iguais, absolutamente! Filhos de Oxóssi e filhos de Xangô, por exemplo, são praticantes do Candomblé (o que os torna irmãos), mas têm as cabeças consagradas para Divindades distintas. Isso significa que ambos seguem os mesmos ritos, mas sofrem a influência de Orixás diferentes.

Como se identifica, no cotidiano, um filho-de-santo? Justamente pelo colar de guia (fio-de-contas) que traz no pescoço. O fio-de-contas que uso quase todos os dias mostra que sou filha de Iemanjá(Odoiá Mamãe). E como dá para saber? Simples: cada Orixá tem sua cor correspondente. Se eu fosse filho de Oxalá, as contas seriam brancas. Sendo filho de Oxum, usaria contas amarelas. E assim por diante.
´
Asé.
Mara Bittencourth

Buscando a Paz.

Asé.
Mara Bittencourth

Encruzilhada



Laroyê, Exu!


Acharam que nos derrotaram, que tinham todos na mão
Pensaram que nos derrubaram, que não ia ter reação.
Mentiram dizendo que a gente não tinha historia ou passado
Feriram nossa identidade falando que a gente cultua o diabo
Serviram nossa auto estima na bandeja aos porcos
E riram dizendo que nossos deuses estavam mortos
Cortaram nossa raiz desde cedo,
Arrancaram nosso cordão umbilical,
Fizeram o povo todo ter medo,
Nos deram uma condição marginal,
Mas chega!
Ser oprimido não tem poesia como você pensa
Idéia neonazista que se alastra feito doença
Pensaram que a gente iria assistir calado na defensiva
Enquanto vocês transformam mães-pretas em mortas-vivas
Sem vida entregando o próprio destino na mão de estranhos
Que só se preocupam com o poder e seu próprio ganho
Se lenharam!
Nem todos se rendem a qualquer esperto
Pensaram que eu tava sozinho, mas não, tô bem coberto.
Eu prego a palavra dos puros, dos que tão em apuros
Minha rima o sangue estanca, roupa branca, corpo escuro
Sozinho cê toma susto vendo vulto, tá de luto
A sua desonra sumiu na fumaça do charuto
Porque já tentou escravizar com ilusões
Mas na encruzilhada temos várias opções
O caminho, a verdade e a vida, como é que fica?
Entre a terra e o céu me diz, quem é que comunica?
To bem coberto, eu te alerto, meu corpo não tá aberto
Lugar certo não tem teto,
Não mexe com quem tá quieto.
Quem tem fé no Axé não dá ré, segue adiante
Extrai o êxtase extremo, exuberante
Exu nasceu no Jitolú, não teme nada
Mora na comunidade, a encruzilhada é sua morada
Aquele que comunica, frutifica e faz crescer
Não tenho nada a dizer a não ser... (laroiê)
Quero ouvir falar de mim sem sentir medo, respeito
Há, há!
Tá tudo preto pra você e seu preconceito
Vejo pânico estampado na cara de quem desacredita
Mas falsifica sim, tanto no descarrego quanto na missa
Tem gente que me encanta, se encanta, a força é tanta
Tem gente que tenta lucrar com meu nome e não se manca
Distorce minha imagem, faz um monte de pilantragem
E esquece que esse mundo é ponte, aqui é só passagem
Quatro elementos pra mim ainda são poucos
Levo meu ideal a sério com a corda no pescoço
Não sufoca, não amarra,
Não enforca, não cala.
Sou um bom orador e minha função é minha palavra
Representei os quatro cantos do mundo fiz revolução
Com a tradição oral de que a África não abre mão
Recitado nos poemas periféricos, com bastante sentimentos
Utilizo como chave boas ações, bons argumentos.
(Lázaro/Dum Dum/Heider)
Opanijé.
http://letras.terra.com.br/opanije/1683459/


Asé.

Mara Bittencourth.

sexta-feira, novembro 25

Contemplada.

O cabelo é crespo mesmo!
A cor é preta mesmo!
Os olhos são esticados mesmo!
A cintura é fina mesmo!
O largo riso é sincero mesmo!
A ousadia...essa do qual sempre ouço falar...Me foi dada por tod@s os Negr@s que ousaram lutar.
(Mara Bittencourth) 

Sublimes


A amor em sua instância maior.

De certo.

Quando as pessoas fazem amor
Não o fazem apenas
Mas sim...Estão dando corda ao relógio do mundo
(Mario Quintana)

Que fiques então.

"Durante a nossa vida:
Conhecemos pessoas que vem e que ficam,
Outras que, vem e passam.
Existem aquelas que,
Vêm, ficam e depois de algum tempo vão-se.
Mas existem aquelas que vêm e se vão com uma enorme vontade de ficar..."
(Chaplin)

Tem gente com fome

sexta-feira, novembro 18

A Mulher Negra Guerreira está morta…


Há poucas horas, enquanto lutava com a realidade de ser humana e não um mito, a mulher negra guerreira faleceu.
Fontes médicas afirmam que ela morreu de causas naturais, mas os que a conheceram sabem que ela morreu por ficar em silêncio quando deveria ter gritado; por sorrir quando deveria ter liberado sua fúria; e por esconder sua doença para não incomodar a ninguém com sua dor.
Ela morreu de overdose de gente em suas costas quando não tinha energia nem para si mesma.
Ela morreu de tanto amar homens que não amavam a eles próprios e que a única coisa que lhe davam em troca era um reflexo distorcido.
Ela morreu por criar filhos sozinha e por não poder fazer todo o serviço.
Ela morreu por causa das mentiras sobre a vida, os homens e racismos que sua avó contou à sua mãe e sua mãe lhe contou.
Ela morreu por ser sexualmente molestada quando criança e por ter que carregar a verdade consigo pelo resto da vida, trocando sempre a humilhação por culpa.
Ela morreu de tanto ser espancada por alguém que dizia amá-la, e ela permitia que o espancamento continuasse para mostrar que também amava esse alguém.
Ela morreu de asfixia, cuspindo sangue por causa dos segredos que guardava tentando abafá-los em vez de se permitir a crise de nervos que lhe era de direito – mas que só as mulheres brancas podem se dar ao luxo de ter.
Ele morreu de tanto ser responsável, porque ela era o último degrau de uma escada sem apoios e não havia ninguém que pudesse ampará-la.
A mulher negra guerreira está morta. Morreu por causa dos tantos partos de crianças que ela na verdade nunca quis, mas que a moral estranguladora dos que a cercam obrigou-a a ter.
Ela morreu por ter sido mãe aos 15, avó aos 30 e um antepassado aos 45.
Ela morreu por ter sido derrubada e tiranizada por mulheres não-evoluídas que se diziam sisters, companheiras.
Ela morreu por fingir que a vida que levava no século XXI era um momento Kodak e não um pesadelo pós-escravidão.
Ela morreu por tolerar qualquer zé mané só para ter um homem em casa.
Ela morreu por falta de orgasmos, porque nunca soube de suas reais capacidades.
Ela morreu por causa dos joelhos dolorosamente comprimidos um contra o outro, porque respeito nunca fez parte das preliminares sexuais que lhe eram impostas.
Ela morreu por causa da solidão nas salas de parto e abandono nas clínicas de aborto.
Ela morreu por causa da comoção nos tribunais onde sentava-se, sozinha, vendo seus filhos serem legalmente linchados.
Ela morreu nos banheiros com as veias irreversivelmente abertas pelo descaso geral e pelo ódio que sentia por si mesma.
Ela teve morte cerebral combatendo a vida, o racismo, os homens, enquanto seu corpo era arrastado para um matadouro humano para ser espiritualmente mutilado.
E algumas vezes quando se recusou a morrer, quando apenas se recusou a entregar os pontos, ela foi assassinada pelas imagens fatais de cabelos loiros, olhos azuis e bundas chapadas, quando foi rejeitada pelos Pelés, Djavans e Ronaldinhos da vida.
Às vezes, ela era arrastada para a morte pelo racismo e pelo sexismo, executada pela ignorância hi-tech en


quanto carregava a família na barriga, a comunidade na cabeça, e a raça nas costas.
A escandalosa mulher guerreira sem voz está morta!!!!!!
Ou Ela Está Viva, E Se Mexendo????? ?
Eu sei que eu ainda estou aqui.
E você? Está se sentindo viva?
Companheira. .. cuide-se!
(tradução do texto The Strong Black Woman is Dead, de autora desconhecida)


Recomendo.

quarta-feira, novembro 16

Sentindo...

Sei que não estou sozinha.
Sou um pouco do muito que me cerca. Todos que estão aí, todos que já se foram e os que estão por vir. Por certo que a minha solidão é fruto das retiradas que a vida me fez ao longo dos anos. Acredito que nenhum ser poderá suprir espaços por outros deixados. Adoraria poder acordar e descobrir que tudo não passou de um momento ruim enquanto eu dormia e que ao acordar me daria conta que a única preocupação do dia seria ter que organizar os brinquedos e tomar banho antes de deitar.
Sempre estive muito a muitas instâncias de ser a filha sonhada por eles... Nunca me enquadrei nos moldes a mim impostos. Juro que tentei. Mas, não me enquadrei. Apenas peço desistam... Confesso que já desisti.
Noite fria, chuva forte, céu sem estrelas, um choro abafado, um latido distante, música suave, saudades, distâncias, lembranças boas daqueles risos doces e ternos, afirmações e reafirmações vividos mais cedo.
O Sagrado me protege, me guarda e me rege.
Me leva e trás quando faz-se necessário. Há por sobre meus ombros muitas responsabilidades que me foram dadas muito cedo. Mas, sei que não me seriam dadas se eu não as suportasse.
Senti falta de tudo hoje.
Voltei para o meu canto ( de onde quero fugir desesperadamente). Para onde se afaste de mim todas as mazelas já vividas.
Sou dores...
Sou lágrimas...
Melancolia.
Não tenho medo.
MENTIRA!
Tenho sim... Muito por sinal apenas de uma coisa:
Não de ter o filho que espero desde a infância, quando a inocência me fazia pensar que ter filho significava apenas cuidar das bonecas.
Tenho medo de não te-lo.
Aquele que acalmará minha alma.
Aquele que ainda não nasceu e que com certeza eu morreria por ele.

P S: Cheiro de terra molhada
Saudades da minha Ia Ia.

Dona Maria;
Dona Nuca;
Dona do meu coração;
Dona do meu amor;
Dona do meu inicio,
Dona do meu Fim.

Mara Bittencourth.
14 de Novembro de 2011


sexta-feira, novembro 4

Poder e Prosperidade ao Povo Preto.





Rondó da liberdade
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.

Há os que têm vocação para escravo,
mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
devem ser obrigados a ser livres,
quando as algemas forem quebradas.

É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre...
O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo,
e pode mesmo existir quando não se é livre.
E no entanto ele é em si mesmo
a expressão mais elevada do que houver de mais livre
em todas as gamas do humano sentimento.

É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer
Carlos Marighella

Leia mais...


E a partir dai forme sua opinião.
Muita Luz..
Paz sempre!!

Mistura









Orgulho daquele sangue Indigena que corre em tuas veias

Asé...

Fui feita na Bahia
Num terreiro de Oxum

Os tambores sagrados
Bateram pra mim

Me banhei com guiné, alfazema e dandá
Defumei com quarô, benjoin
E de pano da costa
Batizei no Bonfim

Um velho preto alaketo me disse
Que foi lá de Keto que eu vim
Eu já vim predestinada pra cantar assim

Sou iluminada, eu sou
Sou de Keto sim
Sou iluminada, eu sou
Sou de Keto sim
(Doce Bethânia)

Ia Ia

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
Saudades Minha Ia Ia...

quinta-feira, outubro 6

domingo, outubro 2

E se...

“Eu às vezes fico pensando em como seria se os brasileiros falassem.

Se protestassem contra o que lhes fazem, se fizessem discursos indignados em todas as filas de matadouro, se cobrassem com veemência uma participação em tudo o que produzem para enriquecer os outros, reagissem a todas as mentiras que lhes dizem, reclamassem tudo que lhes foi negado e sonegado e se negassem a continuar sendo devorados, rotineiramente, em silêncio.
Não é da sua natureza, eu sei, só estou especulando.
Ainda seriam dominados por quem domina a linguagem e, além de tudo, sabe que fala mais alto o que nem boca tem, o dinheiro. Mas pelo menos não os comeriam com a mesma empáfia”.
(Veríssimo)

quarta-feira, agosto 31

Anseios...

Muitas vezes, a vida usa mensagens subliminares para entendermos que, antes de merecermos aquilo que desejamos, precisamos compreender sua importância. Se isso está acontecendo na sua vida, reflita sobre a seguinte frase: "O segredo é não correr atrás das borboletas, mas cuidar do seu jardim para que elas venham até você!" Isso significa, não precisamos correr desesperadamente atrás daquilo que desejamos,passando por cima das outras pessoas, mas sim devemos compreender que a vida segue seu fluxo e que esse fluxo é perfeito.
Tudo tem seu tempo determinado.
 Nós, seres humanos, é que nos tornamos ansiosos e estamos constantemente querendo “empurrar o rio”. Ele vai sozinho, obedecendo ao ritmo da natureza. Ao tentarmos empurrá-lo, estaremos apenas desperdiçando nossas energias e correndo o risco de nos sentirmos frustrados, pois o máximo que conseguiremos será uma enchente ou algum outro tipo de desastre.
. Se passarmos todo o tempo desejando as borboletas e reclamando porque elas não se aproximam, mas estão sempre no jardim do vizinho, elas realmente não virão. Mas se nos dedicarmos a cuidar de nosso jardim, a transformar o nosso espaço (a nossa vida) num ambiente agradável, perfumado e bonito, será inevitável: as borboletas virão até nós!e a partir daí, seremos merecedores de tudo o que desejarmos de bom... ”
   (Por Mara Bittencourth)

Inocência.

 
“Vendo o mundo aos olhos de uma criança”
Que cansada de tanto brincar...resolvera fazer ballet
      Por que ouvira num desenho que ajudava a relaxar...
   (risos)

MPB (Muita Poesia Brasileira)

— Acordo fora de mim
    como há tempos não fazia.
    Acordo claro, de todo,
    acordo com toda a vida,
    com todos cinco sentidos
    e sobretudo com a vista
    que dentro dessa prisão
    para mim não existia.
    — Acordo fora de mim:
    como fora nada eu via,
    ficava dentro de mim
    como vida apodrecida.
    Acordar não é ter saída.
    Acordar é reacordar-se
    ao que em nosso em redor gira.
 
                        João Cabral de Melo Neto

terça-feira, agosto 30

o Amor.


E eu tão Singular me vi Plural
(Lenine)

Ilumina-me.

Não há nada melhor nesta vida, do que estarmos rodeados por pessoas que amamos e que nos amam. Cada uma delas como um anjo, um Ser iluminado e que, no seu conjunto, iluminam a nossa vida e tudo ao nosso redor.

Hugo de Macedo

Do contra...Sempre!!


O veneno que jogaram na minha alegria virou o soro contra toda a tristeza!!!

Noturna em série.

"A noite abre as flores em segredo e deixa que o dia receba os agradecimentos."
(Rabindranath Tagore)

O Pessoa na Pessoa.


Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?
Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...
Fernando Pessoa, 7-1-1935.

Fado...Tato...Fato.

Gozo sonhado; e gozo,
ainda que em sonho.
Nós somos o que supomos
nos fazendo.
Se atente mente
Resistirmos em crê-lo.
Não, pois, não
meu modo de pensar em coisas
nos seres, nos fados.
Me consumo.
Pra mim crio tanto
Quantos para mim crio.
Fora de mim: alheia ao que penso.
O tal fado cumpre-se.
Porém eu me cumpro.
No segundo ambito em breve.
De que meu eu é dado.

Mara Bittencourth ®