quarta-feira, novembro 16

Sentindo...

Sei que não estou sozinha.
Sou um pouco do muito que me cerca. Todos que estão aí, todos que já se foram e os que estão por vir. Por certo que a minha solidão é fruto das retiradas que a vida me fez ao longo dos anos. Acredito que nenhum ser poderá suprir espaços por outros deixados. Adoraria poder acordar e descobrir que tudo não passou de um momento ruim enquanto eu dormia e que ao acordar me daria conta que a única preocupação do dia seria ter que organizar os brinquedos e tomar banho antes de deitar.
Sempre estive muito a muitas instâncias de ser a filha sonhada por eles... Nunca me enquadrei nos moldes a mim impostos. Juro que tentei. Mas, não me enquadrei. Apenas peço desistam... Confesso que já desisti.
Noite fria, chuva forte, céu sem estrelas, um choro abafado, um latido distante, música suave, saudades, distâncias, lembranças boas daqueles risos doces e ternos, afirmações e reafirmações vividos mais cedo.
O Sagrado me protege, me guarda e me rege.
Me leva e trás quando faz-se necessário. Há por sobre meus ombros muitas responsabilidades que me foram dadas muito cedo. Mas, sei que não me seriam dadas se eu não as suportasse.
Senti falta de tudo hoje.
Voltei para o meu canto ( de onde quero fugir desesperadamente). Para onde se afaste de mim todas as mazelas já vividas.
Sou dores...
Sou lágrimas...
Melancolia.
Não tenho medo.
MENTIRA!
Tenho sim... Muito por sinal apenas de uma coisa:
Não de ter o filho que espero desde a infância, quando a inocência me fazia pensar que ter filho significava apenas cuidar das bonecas.
Tenho medo de não te-lo.
Aquele que acalmará minha alma.
Aquele que ainda não nasceu e que com certeza eu morreria por ele.

P S: Cheiro de terra molhada
Saudades da minha Ia Ia.

Dona Maria;
Dona Nuca;
Dona do meu coração;
Dona do meu amor;
Dona do meu inicio,
Dona do meu Fim.

Mara Bittencourth.
14 de Novembro de 2011


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